UMBANDA

UMABANDA!

OXOSSI – 20 de Janeiro - Orixá da caça, da busca e do conhecimento que habita nas matas. Elemento vegetal, ponto de força nas matas. Dia de São Sebastião.
OGUM – 23 de Abril – Orixá guerreiro, aquele que "quebra" demandas e abre caminhos com sua ordenação militar. Elemento Ar, ponto de força nos caminhos. Dia de São Jorge.
PRETOS VELHOS – 13 de Maio – Dia da Libertação.
STA. SARA KALÍ – 24 de Maio – Padroeira dos Ciganos, pode sincretizar com Egunitá.
OBÁ – 30 de Maio – Orixá feminino de força e concentração, ajuda a dar determinação e conhecimento. Guerreira que também tem sua ligação com as matas e o elemento terra, ponto de força em contacto com a terra próximo das matas. Dia de Joana D’Árc.
EXUS E POMBA GIRAS – 13 de Junho - Grandes guardiões de nossos templos e guerreiros do plano astral, sempre nos livrando das demandas e outras energias negativas.
XANGÔ – 24 de Junho – Orixá da justiça dos raios e equilíbrio. Rege o elemento fogo, ponto de força pedreiras e montanhas. Dia de São João.
NANÃ BUROQUÊ  - 26 de Julho – Orixá da sabedoria da calma e evolução, é considerada a mais velha como uma avó. Elemento água e terra, ponto de força nos lagos. Dia de Santa Ana.
OBALUAYÊ - 16 de Agosto – Orixá ancião da cura, sabedoria e evolução, senhor das passagens. Elemento terra e água, ponto de força no cemitério e no mar. Dia de São Roque.
OXUMARÉ – 24 de Agosto – Orixá do arco íris, amor e renovação, simbolizado por uma serpente. Elemento cristalino e mineral, ponto de força nas cachoeiras. Dia de São Bartolomeu.
COSME E DAMIÃO – 27 de Setembro  – Dia em que se comemora a presença das crianças na Umbanda. Elemento todos.
OXUM – 12 de Outubro – Orixá do amor, do ouro e da prosperidade. Elemento mineral e aquático, ponto de força nas cachoeiras. Dia de Nossa Senhora Aparecida.
OMULÚ – 02 de Novembro – Orixá ancião da terra, dos términos e da morte, também trás aspectos de cura como o "fim" da doença, ponto de força no cemitério e no mar. Dia de Finados.
DIA DA UMBANDA – 15 de Novembro - 15/11/1908 Zélio Fernandino de Moraes incorpora pela primeira vez o "Caboclo das Sete Encruzilhadas" o que é considerado primeira manifestação pura de Umbanda.
IANSÃ – 04 de Dezembro – Orixá guerreira e da justiça, portadora de espada e direcionadora das situações. Elemento ar, ponto de força nas pedreiras. Dia de Santa Bárbara.
IEMANJÁ – 08 de Dezembro – Orixá Mãe de todos, aspectos maternais, geradores e criativos. Elemento água, ponto de força no mar. Dia de Nossa Senhora da Conceição.
OXALÁ – 25 de Dezembro – É o Obatalá (Orixá que se veste de branco), o Orixalá (o maior dos Orixás). Orixá da fé, da paz e da pureza.Aparece sempre acima dos outros Orixás, no topo do altar, o que é facilmente explicado pois sem fé, paz e caridade não há religião.Tem seu ponto de força em campos abertos, mirantes e todos os lugares que possa sentir sua paz. Natal.


2ª feira: Exu, Omolu, Nanã, Pretos Velhos

3ª feira: Ogum

4ª feira: Xangô e Yansã

5ª feira: Oxóssi, Ossanhe, Oxumarê e caboclos (de pena e boiadeiros)

6ª feira: Oxalá

Sábado: Yemanjá, Oxum e Nanã

Domingo: Ibeijada


CABOCLOS
               
Os Caboclos são as Entidades mais antigas da Umbanda. Foram Eles que codificaram os ensinamentos dos Orixás através dos sons e manifestações da natureza. Derivam de várias Tribos de nossos ancestrais que povoaram nosso planeta durante milhares de anos. São conhecedores da essência da vida que sempre cultivaram e cultuaram em seus ritos e crenças, como por exemplo, a adoração a Tupã, a quem hoje chamamos de Deus.
No entanto, é importante saber, que essas Entidades hoje, ocupam na hierarquia espiritual, lugar de grande elevação, não sendo mais necessária suas incorporações em nosso meio. Cabendo a grande parte Delas, chefiarem as falanges de Caboclos formadas por Espíritos em evolução, oriundos de várias culturas e etnias, e, que viveram em suas últimas reencarnações como índios, pajés, curandeiros, rezadores, enfermeiros, etc. E que sob orientação de seus superiores, incorporam em nossos Terreiros e têm ainda a responsabilidade de proteger a nossa flora e fauna.
Vivem nas matas, cachoeiras, rios e mares; onde costumeiramente recebem suas oferendas. Em sua maioria são pacíficos, objectivos, desconfiados e têm por missão zelarem pela ordem e disciplina em nosso meio.
São Eles que inspiram aos homens o caminho para novas pesquisas de espécies da flora e fauna, movimentando o meio médico-científico para a descoberta da cura de doenças que assolam a humanidade.
Gostam de pessoas ativas e determinadas, inspirando sempre a paciência e o equilíbrio.
É sempre bom lembrar que toda acção predatória contra a natureza resulta no desaparecimento desses Espíritos, que vão habitar em outras dimensões, nos deixando entregues à própria sorte.
Muitos Caboclos que incorporam em nossos Terreiros, são considerados “encantados”, ou seja: Espíritos da natureza que tomam a forma que desejam para entrarem em contacto mais directo com os homens.
Trazem os ensinamentos necessários para manterem sempre vivo o culto a natureza e suas manifestações. Asseguram desta forma, o equilíbrio vital para a sobrevivência de homens e animais em nosso planeta.

Oferendas aos Caboclos:
Arriamos oferendas aos Caboclos em rios, cachoeiras, matas e mares; ou ainda nos assentamentos dentro da Casa de Santo que se frequenta.
Suas cores variam de acordo com a ‘linha’ que trabalham, por exemplo: Caboclos das águas, usam verde e branco. Caboclos guerreiros usam verde e vermelho. O verde é a cor preferida dos Caboclos. No entanto, existem aqueles que apreciam outras cores como o amarelo e o azul.
Suas ‘guias’ são confeccionadas com contas leitosas, olho de Caboclo, penas de pássaros, pontos de aço ( arco e flecha, estela, lua, sol, etc.), tudo de acordo com o gosto da Entidade.
A saudação aos Caboclos é OKÊ CABOCLO!
Na culinária dos Caboclos usa-se o azeite de oliva, açúcar cristal, mel, gengibre, cravo da Índia, farinha de mandioca, açúcar mascavo, canela, noz moscada e gergelim.
Apreciam todas as frutas, em particular a goiaba vermelha, o coco e a pitanga.
O milho verde e amarelo, alface, rapadura, abóbora moranga, toucinho de porco, carne de coelho e peixe assado são indispensáveis nas oferendas aos Caboclos.
Bebem o vinho tinto ou moscatel, a cerveja, a água de coco, a meladinha e ainda a gengibirra, bebida preparada com 120g. de gengibre, 250 g. de creme tártaro, 10 litros de água fervente, 3 kg de açúcar cristal ou mascavo, 8 colheres de levedura de cerveja, 1 clara batida em neve.
Como fazer:
Rale o gengibre e misture ao creme tártaro, acrescente a água e leve ao fogo para ferver. Depois de fervida a água, junte o açúcar, misture e retire do fogo. Quando estiver quase frio, acrescente a levedura de cerveja e a clara batida em neve. Deixe descansar por 12 horas para fermentar, filtre e engarrafe. Sirva preferencialmente em coetés.

PRETOS VELHOS

Os Pretos Velhos são os espíritos dos nossos irmãos africanos trazidos ao Brasil na época da colonização, período em que a raça negra foi escravizada pelo colonizador português em nosso país (de 1530 a 1888).
Os negros foram ainda escravizados por outras nações em outras partes do mundo, como exemplo os Espanhóis que também os escravizaram na colonização da América Central e os Ingleses que os escravizaram na época da colonização da América do Norte.
Com nossos irmãos africanos aprendemos lições (muito difíceis de praticar) de perdão sem limites e amor ao próximo, de forma, que nenhuma outra entidade com a qual tivemos contato conseguiu transmitir. Na Umbanda, apresentam-se como espíritos muito simples e extremamente bondosos, são sempre muito pacientes em tudo o que fazem e ensinam.
Normalmente desencarnaram em idades avançadas, por esse motivo apresentam-se nos templos, arqueando o corpo do médium, transmitindo a impressão de alguém com muita idade. No desenvolvimento de seus trabalhos que são sempre muito sérios, ouvem mazelas e sofrimentos de toda espécie, transformando o desenvolvimento de seus trabalhos em verdadeiras sessões de psicanálise, ocasião em que sempre trazem o conforto e a paz de espírito a todos que os procuram. Trabalham sentados em banquinhos ou em pé, usam cachimbos, charutos ou cigarros de palha em suas defumações.
São grandes conselheiros, são espíritos missionários, depuraram-se no cativeiro, presos aos grilhões e sob a tortura e o peso da chibata. Perdoaram aqueles que os escravizaram, resgataram suas dívidas kármicas e hoje nos ensinam a ter fé em Deus, praticar os ensinamentos do Evangelho de Jesus e a ter confiança no futuro. Nem todos os negros escravos são hoje Pretos Velhos, aqueles que se apresentam nos terreiros de Umbanda nessa condição, são somente aqueles que conseguiram perdoar a dor da chibata, as humilhações morais e todas as demais dores e afrontas impostas e praticadas pelo branco colonizador.
Na Quimbanda, a grande maioria dos exus foram escravos, a diferença entre alguns serem exus e outros Pretos Velhos está em apenas um fato: o perdão sem limites. Essa é a diferença: os Pretos Velhos perdoaram as ofensas e as humilhações, os exus não. Aprender com os Pretos Velhos é sempre saudável espiritual e materialmente. Aprenda com eles, seja sábio como eles, procure perdoar sempre a todos como eles o fizeram. Ao menos perdoe as pequenas faltas. Eles nos ajudam infinitamente. Ajudam no desenvolvimento da mediunidade, nas curas através das ervas das quais são grandes conhecedores, combatem qualquer demanda, fazem desobsessões, aplicam passes espirituais e combatem qualquer forma de maldade.
Trabalham praticamente na vibração de todas as linhas da Umbanda, mais especialmente na linha de Oxalá. Ferrenhos defensores do Evangelho de Jesus e de sua doutrina, são eles os incansáveis trabalhadores da Umbanda. Além da própria linha Africana a qual pertencem, trabalham ainda na vibração de Xangô (falange dos pretos) e muito na vibração do Orixá Omulú.
São Benedito (o Santo católico negro) é conhecido (e já o constatamos) entre muitas nações de Pretos Velhos, como o rei dos Pretos Velhos, tendo por esse santo católico grande devoção. 
Na cor de suas "guias" 1 podemos conhecer a sua origem, sua linha de trabalho, sua evolução, seus conhecimentos, a área em que são mais fortes, etc.
Aqueles que usam guias nas cores preta e branca indicam que possuem grandes conhecimentos da magia negativa, trabalham normalmente na vibração de Omulú, o Senhor dos cemitérios, e usam seus conhecimentos no combate direto à linha das almas da Quimbanda, anulando ou minorando os efeitos dos trabalhos praticados por essa falange do mal. Infiltram-se nos trabalhos de Quimbanda, anulam feitiços e tudo o mais que por lá é praticado.

Aqueles que usam pedras ou sementes de cor marrom indicam que pertencem à falange dos pretos da linha de Xangô. São dedicados ao cumprimento da justiça e no combate direto às injustiças praticadas contra seguidores ou praticantes do culto umbandista.

Os que usam guias brancas ou mescladas com a semente conhecida como lágrima de Nossa Senhora, indicam que possuem elevado grau de espiritualidade e são grandes conselheiros e curadores.

Os que usam pedras vermelhas, lágrimas de Nossa Senhora e coquinhos em suas guias, trabalham diretamente na vibração de Ogum e são conhecidos como Preto Velho da Bahia (são muito raros).

Os Pretos Velhos são espíritos de elevada condição espiritual. Não devemos julgá-los fracos pelo modo em que se apresentam, isso porque um Preto Velho, andando devagarzinho, mostrando-se um velho fraco, amarra qualquer exú, desmancha qualquer feitiço e quebra qualquer demanda.


Crianças na Umbanda

Estes orixás crianças são gêmeos e tem forte ligação com os santos Cosme e Damião. Assim, têm várias características infantis como insegurança e grande desejo de brincar sem medir as conseqüências. Como são gêmeos, também mostram os dois lados da moeda: positivo e negativo, falso e verdadeiro. Com todas essa união de energias, os Ibeji protegem as coisas que estão apenas iniciando, inclusive as nascentes dos rios, o nascimento dos seres humanos as plantas que brotam.Seus filhos são pessoas muito positivas e bem-humoradas.Podem até ser briguentos, mais nunca guardam rancor

História

Por ocasião da festa, a 27 de setembro, os terreiros distribuem doces e fazem uma mesa farta para as crianças que incorporam nos médiuns. As cores são azul claro e rosa. As entidades possuem diversos pontos de atuação. Cachoeiras, praias, matas, lajedos e há até algumas traçadas com exus, o que resulta num exu-mirim ou Criança da Esquerda.
As oferendas normalmente são feitas em jardins e são sempre doces, refrigerantes, além de frutas. Quando incorporam nos terreiros, são brincalhões, travessos, meigos e chorões. São entidades de grande atuação e força espiritual. Sempre se comenta nos terreiros que quando uma criança faz um trabalho, só ela tem o poder de tirar. Também têm grande poder de cura.
"Esta faculdade de apresentar-se e agir como criança, não quer dizer que seja um espírito-criança. Pode ser, talvez, mais velho que os pais.


MARINHEIROS
SALVE O POVO DA ÁGUA!!!
Eles chegam do mar e desembarcam em terra, sua alegria é contagiante, abraçam a todos, brincando sempre, com aquele jeito meio “maroto”, embriagado. São os Marinheiros, grupo de Espíritos que trabalham na Umbanda em prol da caridade.
Eles conheceram muito bem o mar e a navegação, pois participaram da descoberta de novos mundos através das viagens que empreenderam que duraram anos e anos.
As Entidade de Marinheiro trabalham na Linha de Iemanjá e também de Oxum, que compõem o chamado “Povo da Água”. Seus conselhos e mensagens são sempre cheios de esperança e de fé. Costumam trabalhar em grupos. São fortes, pois enfrentarem guerras e mares agitados, mas também conheceram a calmaria e a bonança.
Dão consultas, passes e também fazem trabalhos fortes de descarrego que envolvam grandes demandas. Em algumas casas, também costumam trabalhar nas giras de desenvolvimento de Médiuns.
Quando dão consultas, essa Falange costuma ir direto ao ponto, sem rodeios, mas também sabem como falar aos consulentes sem criar um clima desagradável ou de medo. Assim, conseguem atingir fundo as almas dos aflitos que costumam procura-los em busca de auxilio e de esperança.
Carregam consigo um sentimento profundo de amizade. Nas consultas, gostam muito de ajudar àquelas pessoas que se apresentam com problemas amorosos. Seus conselhos são sempre fiéis e certeiros, têm uma grande responsabilidade e assumem o compromisso de um trabalho bem-feito.
Todas as pessoas tem uma idéia muitas vezes distorcida desta linha de trabalho. Os marinheiros são em sua grande maioria espíritos que militam a umbanda para dar sustento no campo da diluição de cargas trevosas, outros atuam como elementos de sustentação de trabalhos voltados a curas, atraindo os poderes elementais dos quais estes espíritos de alto grau espiritual, trazem consigo.
Na realidade estes abnegados servidores da lei são verdadeiros “magos que atuam nos mistérios aquáticos” e com uma forma de atuação única dentro dos domínios da umbanda. Como magos, trazem para nós, a possibilidade de nos libertar-mos de nossos entraves, com uma forma bem simpática lidam com os consulentes de forma extrovertida, deixando o assistido muito avontade com trejeitos peculiares desta linha maravilhosa da umbanda.
Muito diferente do que imaginamos, estes irmãos do astral não são e não estão embriagados, como muitos se mostram, na realidade sua forma de balanço é uma maneira de liberar suas ondas energéticas se utilizando do próprio médium.

 Os Ciganos

Esta linha de trabalhos espirituais já é muito antiga dentro da Umbanda.
Assim, numerosas correntes ciganas estão a serviço do mundo imaterial e carregam como seus sustentadores e dirigentes aqueles espíritos mais evoluídos e antigos dentro da ordem de aprendizado, preservando os costumes como forma de trabalho e respeito, facilitando a possibilidade de ampliar suas correntes com seus companheiros desencarnados e que buscam no universo astral seu paradeiro. O povo cigano designado ao encarne na Terra, através dos tempos e de todo o trabalho desenvolvido até então, conseguiu conquistar um lugar de razoável importância dentro deste contexto espiritual, tendo muitos deles alçado a graça de seguirem para outros espaços de maior evolução espiritual.
Existe uma argumentação de que espíritos ciganos não deveriam falar por não ciganos, ou por médiuns não ciganos; e, que se assim o fizessem, deveriam fazê-lo no idioma próprio de seu povo. Isso é totalmente descabido e está em desarranjo total com os ensinamentos da espiritualidade e sua doutrina evangélica, limitações que se pretende implantar com essa afirmação na evolução do espírito humano, pretendendo carregar para o universo espiritual nossas diminutas limitações e desinformação, fato que levaria grande prepotência discriminatória.
Agem no plano da saúde, do amor e do conhecimento, suportam princípios magísticos e tem um tratamento todo especial e diferenciado de outras correntes e falanges.
Ao contrário do que se pensa os espíritos ciganos reinam em suas correntes preferencialmente dentro do plano da luz e positivo, não trabalhando a serviço do mal e trazendo uma contribuição inesgotável aos Homens, claro que dentro do critério de merecimento. Tanto quanto qualquer outro espírito teremos aqueles que não agem dentro desse contexto e se encontram espalhados pela escuridão e a seus serviços, por não serem diferentes de nenhum outro espírito humano.
Aqueles que trabalham na vibração de Exu, são os Exus Ciganos e as Pombo-Gira Ciganas, que são verdadeiros Guardiões à serviço da luz nas trevas, cada um com seu próprio nome de identificação dentro do nome de força coletivo, trabalhando na atuação do plano negativo à serviço da justiça divina, com suas falanges e trabalhadores.
Embora encontremos no plano positivo falanges chefiadas por ciganos em planos de atuação diversos, o tratamento religioso não se difere muito e se mantêm dentro de algumas características gerais.
Trabalham dentro da parte espiritual da Umbanda com uma vibração oriental com seus trajes típicos e graciosos, com sua cultura de adivinhações através das cartas, leituras das mãos, numerologia, bola de cristal e as runas.
 Dentro os mais conhecidos, podemos citar os ciganos Pablo, Wlademir, Ramirez, Juan, Pedrovick, Artemio, Hiago, Igor, Vitor e tantos outros, da mesma forma as ciganas, como Esmeralda, Carmem, Salomé, Carmencita, Rosita, Madalena, Yasmin, Maria Dolores, Zaira, Sunakana, Sulamita, Wlavira, Iiarin, Sarita e muitas outras também.
É importante que se esclareça, que a vinculação vibratória e de axé dos espíritos ciganos, tem relação estreita com as cores estilizadas no culto e também com os incensos, prática muito utilizada entre ciganos. Os ciganos usam muitas cores em seus trabalhos, mas cada cigano tem sua cor de vibração no plano espiritual e uma outra cor de identificação é utilizada para velas em seu louvor.
Os incensos são sempre utilizados em seus trabalhos e de acordo com o que se pretende fazer ou alcançar.
BAIANOS

Na década de 50, época que a Umbanda se consolida em São Paulo, houve um enorme fluxo migratório para esta região, pois estava sendo esculpido uma das maiores metrópoles do mundo, tornando-se um grande canteiro de obras.  
Com a quantidade de pessoas vindas de diversas partes do país era enorme, destacando-se os nordestinos, que vieram na maioria para trabalhar nas obras de construção civil, como “peões” urbanos, assim como nos mais diferentes ramos da indústria automobilística, então também em total expansão, especialmente ocupando os postos de trabalho não qualificado
No imaginário popular dessa cidade, o nordestino foi portanto associado ao trabalho duro, à pobreza, ao analfabetismo, aos bairros periféricos, à vida precária, de um modo genérico, a tudo que é considerado inferior ou brega.
Quando se referem aos Exus usam o termo "Meu Cumpadre", com quem tem grande afinidade e proximidade, costumam trazer recados do povo da rua, alguns costumam adentrar na Tronqueira para algum "trabalho". Enfrentam os invasores (kiumbas, obsessores) de frente, chamando para si toda a carga com falas do género "venha me enfrentar, vamos vê se tu pode comigo". Buscam sempre o encaminhamento e doutrinação, mas quando o Zombeteiro não aceita e insiste em perturbar algum médium ou consulente, então o Baiano se encarrega de "amarrá-lo" para que não mais perturbe ou até o dia que tenha se redimido e queira realmente ser ajudado. Costumam dizer que se estão ali "trabalhando" é porque não foram santos em seu tempo na terra, e também estão ali para passarem um pouco do que sabem e principalmente aprenderem com o povo da terra.
São amigos e gostam de conversar e contar casos, mas também sabem dar broncas quando vêem alguma coisa errada.
Nas giras eles se apresentam com forte traço regionalista, principalmente em seu modo de falar cantado, diferente, eles são “do tipo que não levam desaforo para casa”, possuem uma capacidade de ouvir e aconselhar, conversando bastante, falando baixo e mansamente, são carinhosos e passam segurança ao consulente que tem fé. 
Os Baianos na Umbanda são “doutrinados”, se assim podemos dizer, apresentando um comportamento comedido, não xingam, nem provocam ninguém.
Os trabalhos com a corrente dos Baianos, trazem muita paz, passando perseverança, para vencermos as dificuldades de nossa jornada terrena.
A Entidade pode vir na linha de Baianos e não ser necessariamente da Bahia, da mesma forma que na linha das crianças nem todas as entidades são realmente crianças.

BOIADEIROS

Os Boiadeiros são espíritos de pessoas que em vida foram vaqueiros ou peões e com o manejo do gado tinham ligação. São amplamente evocados pelo plano espiritual superior para a descarga pesada do templo, de seus médiuns e seguidores. Normalmente apresentam-se como os Caboclos e são muito autoritários.
É uma linha de trabalhadores extremamente poderosa contra as demandas espirituais, são trabalhadores de grande força e também não andam sozinhos. Quando em guerra unem-se em legiões, o que os torna imbatíveis contra as forças do mal. Em seus pontos cantados, sempre de boa rima, está sempre a figura do boi e do cavalo. Simbolicamente o boi representa a situação sobre a qual não se pode perder o controle. Nas descargas espirituais afastam obsessores os quais são sempre amarrados fluidicamente e em seguida afastados do templo.
O Boiadeiro usa basicamente quatro cores em suas guias: o vermelho dedicado a Ogum, o verde dedicado a Oxossi e o roxo por devoção a Santana. Santana é conhecida como a padroeira dos Boiadeiros e pela santa católica os boiadeiros têm enorme devoção. E utilizam o branco, por devoção a Oxalá considerado por eles como o "Rei dos boiadeiros".
Da mesma forma que os baianos, os boiadeiros depois de um certo comparecimento aos trabalhos, tornam-se amigos e confidentes e a eles podemos pedir ajuda em situações que necessitem muita energia.
Utilizam em seus trabalhos cigarros, berrantes, chicotes, laços de couro e apreciam bebidas como o vinho ou aguardente.
São muito respeitados no meio umbandista, já que provaram que trabalham basicamente na vibração de Ogum. Têm a devoção voltada para Santana e a direção de tudo o que fazem é voltada para Oxalá, o Rei dos boiadeiros.
Entre os protetores, acreditamos que os Boiadeiros são os mais evoluídos espiritualmente, são sempre muito sérios em tudo o que fazem e ensinam.
O Boiadeiro da mesma forma que os nossos Guias, não trabalha e nunca cruza a linha para a esquerda e com eles ninguém brinca, tenha a certeza disso, a tremenda força vibratória que invade o terreiro no momento da chegada e da incorporação da linha é sentido por todos, seja por médiuns ou aqueles que assistem aos trabalhos.

Não existe feitiço, macumba, macumbeiro ou feiticeiro que consiga resistir a eles, ao menos nunca ouvi falar que um Boiadeiro perdeu um filho ou uma demanda, talvez o fato de andarem em legiões os tornem tão fortes.
Em todos os maus templos que conheci, não havia a figura ou a incorporação dos boiadeiros naqueles locais.  Agora você pode perguntar: Por que naqueles locais não diziam que a casa era dirigida por um Boiadeiro?
Explico o porquê:
"Com Boiadeiro ninguém brinca".

Os safados não eram burros o bastante para usarem o nome deles, já que se o fizessem, com toda certeza ficariam com a vida bem "amarradinha". Embora sejam considerados e respeitados como os Caboclos, os Boiadeiros não são tão evoluídos a ponto de não castigarem quem os desacata, ao contrário dos caboclos que jamais se dedicam a punir, seja a ofensa que for.

"Os Boiadeiros são poderosos aliados dos Guias da Umbanda"

EXU E POMBA GIRA
 
 

O Exú e a Pomba Gira não são respectivamente o satanás, o lúcifer, o diabo e a mulher da vida, a prostituta, a marginal. A Pomba Gira é o negativo do Exú, no sentido energético. São o Yin e o Yang. Como o são a mulher e o homem encarnados, o que, diga-se de passagem, não é nenhuma novidade na medida em que a Pomba Gira e o Exú na mais são do que Almas, humanos desencarnados em busca de uma oportunidade de trabalho, no Plano Astral, visando sua própria evolução. Vamos a partir de agora ver o Exú e a Pomba Gira como aquela polícia que guarda e toma conta das ruas obedecendo sempre uma hierarquia de comando, que é o Exú chefe do Terreiro, e, acima dele, os Guias Chefes da Casa.
Podemos também ver os Exús como uma polícia que recebe ordens de um comandante.( um Preto Velho ou Caboclo) fazem um trabalho enorme e muitas vezes pouco reconhecido.

O trabalho da Pomba Gira também é sério. É um trabalho de descarrego, de limpeza, de união entre as pessoas. De abertura dos caminhos da vida, seja do ponto de vista material, mental ou espiritual.
O que o Exú descarrega?
São os nossos pensamentos negativos; é nossa sociedade desigual, perversa e preconceituosa; são as nossas ações, nossas emoções negativas se sobrepondo à nossa capacidade de amar.
Sabendo que a religião de Umbanda , segundo o Caboclo das Sete Encruzilhadas é “A manifestação do espírito para a prática da caridade”, qual a principal função desempenhada pelos Exús em nossos Templos, Terreiros, Casas ou Centros? Na Umbanda o Exú é uma Entidade (alma) que cuida da Segurança da casa e de seus médiuns.
A reunião de Exú ou Gira de Exu tem como finalidade descarregar os médiuns e os consulentes. Unindo suas energias eles são capazes de entrar em contacto e orientar, mais facilmente, almas que ainda não encontraram um caminho. Estas almas vivem, inclusive, entre os encarnados, prejudicando-os, obsidiando-os e até mesmo trazendo-lhes um desequilíbrio tão grande que são considerados loucos.
Para este trabalho eles necessitam muito de nosso equilíbrio e de nossa energia, Nosso equilíbrio é utilizado por eles momento em que as entidades sofredoras se manifestarem com ódio, rancor, raiva, nós tenhamos bons pensamentos e sentimos verdadeiros de amor e harmonia para que desta maneira as desarmemos e não as deixemos tomar conta da situação e quem sabe consigamos persuadi-las a mudar de caminho libertando-se assim do encarnado ao qual está ligada; nossa energia é utilizada em casos em que estas almas estão sofrendo com o desencarne, tristes, com dores, humilhadas, desorientadas, assim eles transformam as nossas energias em fluidos balsâmicos que as ajudam, em muito, na sua recuperação. Muitas destas almas desorientadas não conseguem nem se aproximar dos Terreiros de Umbanda pois os Exús da Tronqueira ficam encarregados de fazer uma triagem liberando a passagem apenas das almas que eles percebem já estarem prontas para o socorro **, ou seja, prontas para seguirem um novo caminho longe do encarnado ao qual estava apegada. Este trabalho de separação é feito por eles com muito empenho e seriedade e será muito melhor sucedido se o encarnado der continuidade ao mesmo, quando menos melhorando os seus pensamentos e se livrando da negatividade e do medo. Os Exús são almas que riem, fazem troça, mas não brincam em serviço. Por este motivo, é obrigação dos médiuns da Casa Branca de Oxalá, em particular, e dos filhos de Umbanda, em geral, ter por eles o maior respeito e consideração, pois eles são os nossos guardiões e das Giras das quais participamos, responsabilizando-se pela limpeza dos fluidos ou energias mais pesadas. Cada pessoa que entra em uma casa de Umbanda traz consigo seu saco de lixo cheio (são seus pensamentos, suas raivas, suas desilusões...) e são os Exús os trabalhadores encarregados de juntarem todos estes sacos para descarregar, dando a cada um de nós a oportunidade de diminuirmos o nosso lixo e facilitando nossas próximas limpezas.
Cada vitória nossa é para estas Almas trabalhadoras um passo no caminho do desenvolvimento.
A SAUDAÇÃO AOS EXUS
A saudação ao Exú é LARÓYÈ = salve , que também quer dizer salve compadre, boa noite “moça”
Exú é MOJUBÁ - Moju ( Viver a noite ) Bá ( armar emboscadas) ou seja “armar emboscadas vivendo a noite”. Mas na Umbanda o trabalho dos Exús é o de guardião. Assim ao cumprimenta-lo estamos dizendo: Salve aquele que vive à noite e que arma emboscadas. Estamos portanto reconhecendo seu poder e ao mesmo tempo estamos pedindo “Àquele que vive a noite, que nos livre das emboscadas”.